quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Do lado de cá da vida

Mãe Lilizinha do Canto B, chamada por mim às pressas, não consegue contatar Patrick Swayze. Ela acredita que seu ghost tenha contrato de exclusividade com a vidente clarividente Oda Mae Brown, que anda desaparecida das telas, do Oscar e dos conventos. Era minha tentativa desesperada de conseguir, com a ajuda do além, a senha para alguma conta milionária, e assim largar tudo e finalmente viver a vida. Quem sabe, mesmo após quase vinte anos e tantos percalços na economia, ainda tenha algo pra raspar da conta de Rita Miller, que imaginei tratar-se de uma parente distante de Morgana Jones Bronson (quando solteira, Morgana Jones Müller – entretanto, os Miller são irlandeses e os Müller, germânicos, conforme explicação filológica inquestionável de seu incansável esposo, Bronson Jr., sempre em busca das verdades onomásticas).
Tão lembrado por outros filmes, Patrick é para mim o eterno surfista gente boa e chefe da quadrilha que assaltava bancos usando máscaras de presidentes dos Estados Unidos no clássico incontestável “Caçadores de emoções”. E é o médico que ajudou pessoas carentes na Índia favelada e não global de “Cidade da esperança” (Índia que me persegue até na música desatualizada de Gilberto Gil abaixo, introduzida na letra certamente com um profundo significado espiritual que em meu apego à matéria não consigo vislumbrar).
Enquanto isso, na misteriosa Santo Amaro da Purificação, dona Canô reitera seu compromisso com a imortalidade e completa hoje seus 102 anos, perfeitamente saudável, serena, incólume, irradiando jovialidade e praticando pilates (quiçá ensaiando passos de uma Purification Dancing), como sói acontecer aos seres eternos baianos. Viva Canô! Viva a Bahia!
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Desde o tempo do carro de boi
Da época do trem motriz
Do auge dos canaviais
Tens vivido a semear a luz
A paz e o amor que tem raiz
Na Índia dos teus ancestrais
Vida cheia de momentos raros
Nesta cara Santo Amaro
Terra de doces paixões
Zeca e todas as meninas
E os meninos, quantos sinos
Quantos hinos, quantas orações
Hás de ouvir de nós
Sempre essa voz
Sempre essa voz
Sempre em tom de louvor
Nossa emoção, Canô
Nesta canção, Canô
Nossa emoção, nesta canção
Parabéns pra você, Canô
Cem anos com você, Canô
Parabéns pra você, Canô
Cem anos com você, Canô

I've had the time of my life

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