BRUXELAS - GHENT - BRUGES
A pessoa viaja à base de xarope da felicidade e pílulas de arco-íris. Passa por Amsterdam, terra de todas as drogas - lícitas, ilícitas e explícitas -, e depois vai pra Bélgica, lar de umas criaturinhas azuis que vivem em cogumelos... cogumelos! Alguém ainda estranha o post anterior? Isso porque não fui no verão e não peguei o festival dos schtroumpfs. Sim, é esse o nome deles por lá.
Para quem não sabe, aquele desenho que todos assistimos infalivelmente nos anos 80 é norte-americano, mas os personagens são clássicos da Belgica, abaixo apenas do Tintin, que é onipresente. E quem não se conforma em não lembrar da música não deve se preocupar com perda de memória. Ela não tocava no desenho. Só os poucos privilegiados que tinham o LP (lembram disso?) dos smurfs a conhecem. Bom, eu tinha mesmo era a fita cassete, porque eu era pooobre (é impressionante como todos eram muito pobres na infância, falarei sobre isso no futuro).
O fato é que cheguei em Bruxelas, a auto-intitulada “capital da Europa”, por ser a sede do Parlamento Europeu, num domingo à tarde. Pela primeira vez errei feio na interpretação do mapa e fiquei dando voltas e mais voltas com a mochila nas costas procurando o albergue. Mas isso me deu o prazer de circular pela Grand Place numa tarde de domingo. Victor Hugo estava certíssimo quando disse que é a praça mais linda do mundo. Bom, eu não conheço muitas, mas isso não deve estar muito longe da verdade.
Bruxelas é muito grande, ainda que as principais atrações se concentrem num espaço reduzido. A Avó da Neta, se fosse lá, certamente ficaria deslumbrada e diria, “Eu nunca vi tanto 'belgico' junto”. Perdoem a cacofonia. Lá comecei a descobrir que o francês é mais fácil de entender do que eu imaginava e mais difícil de falar do supunha a minha vã pretensão. Mas todos se entendem e você não deixa de comer gaufres de Brusseilles por falta de comunicação. Nada mais são que waffles, cobertos com chocolate, morangos, smurfamoras (hein?) ou o que mais eles inventarem.
O Maneken Pis, do flamengo “menino que mija”, é uma estátua bem sem graça, como o Guia do Viajante Independente na Europa já antecipava. Prefiro a estátua na entrada do meu prédio em Floripa. Em todo caso, se Mamãe Oliveira fosse bruxelense, certamente seria famosa na cidade. Ela, que fazia vestidinhos pro Menino Jesus do Santo Antônio, na Laguna, certamente se especializaria nas roupas típicas que, de tempos em tempos, vestem no pequeno incontinente urinário.
O Atomium é um átomo ampliado não sei quantas vezes, construído para a Exposição Universal de 1958, a mesma para a qual foi construída a Torre Eiffel em 1889. Minha visita foi prejudicada pela chuva. Não vi graça nenhuma e não subi nele. Queria mesmo era ter ido na Mini-Europa, um parque com miniaturas dos pontos turísticos europeus que fica ao lado do Atomium, mas que estava fechado para manutenção naqueles dias invernosos.
A cidade é, verdadeiramente, uma mistura do moderno com o contemporâneo, como diria uma (nem tão) sábia companheira de viagem de tempos atrás, O Anexo da FAED. Você está em meio a uma arquitetura clássica, caminha um pouco e se depara com prédios modernos com efeitos luminosos. Mais encantadora só a grandiosa sede do Parlamento Europeu, um complexo belíssimo, moderno, arrojado, e o único lugar onde você pode ver alguma coisa escrita em português, junto com os outros idiomas da União Européia.
Na última noite, uma sessão de fotos na Grand Place, de vários ângulos, pois me dei conta de que eu não tinha nenhuma foto que eu aparecia naquela cidade. E toca pra Ghent, agora na parte flamenga do país, onde passei um único dia, infelizmente chuvoso. Mas não deixou de valer a pena, ao menos pela visita a um castelo medieval, com direito a instrumentos de tortura, guilhotina, armaduras, espadas (gigantescas e pesadíssimas, não sei como erguiam aquilo). Ghent é tida como uma das cidades medievais mais bem preservadas da Europa, e o título é merecido. Tanto quanto Bruges, cujo albergue estava tão vazio que cheguei a passar uma noite sozinho no quarto.
Bruges é chamada de Veneza do norte, ou Veneza belga, mas eu sinceramente não vi tantos canais assim, e achei um grande exagero, embora a cidade seja linda. Na primeira noite me enchi de batata frita com um molho que achei que ia me dar piriri, o que felizmente não aconteceu. Entre a torre com degraus intermináveis e uma seqüência de moinhos à beira do rio (vi mais moinhos juntos ali do que na Holanda), descobri a réplica da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. Como não tenho nenhuma vontade de ir até Israel, achei melhor entrar de uma vez. Não conferi no Google, mas acho que é igual mesmo, a não ser pelas inscrições em holandês.
Não tive nenhuma experiência sobrenatural naquele sábado. Não vi o anjo do Senhor nem as Marias na saída do túmulo. Mas o dia seguinte certamente seria um dia de glória, pois eu iria para... Paris!
Seguindo pela floresta até encontrar o Velho Carvalho!
2 comentários:
aguardamos contato seus
saudosos abraços
rs
Este blog já é MARAAAA!
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