quarta-feira, 18 de junho de 2008

Marquinho de volta à Ilha das Maravilhas

Passada a temporada de ciclones, uma calmaria nos trouxe de volta ao litoral catarinense. Já cansado das abobrinhas do Padre Voador, aproveitei que estávamos sobrevoando novamente a Ilha das Maravilhas, pedi alguns balões emprestados e saltei. Isso desestabilizou um pouco o sistema de navegação do padre, que voou rápido em direção ao oceano. Nunca mais tive notícias dele. Sentindo-me praticamente a Alice, colhi uns cogumelos silvestres e fui explorar a Ilha e suas circunvizinhanças.
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AS MARAVILHAS DO PURO VENENO
O caderno da Pequenininha. Fonte inesgotável e infalível de todo o conhecimento humano.
O chuveirinho do banheiro da casa da Barbie. Essa maravilha eu não tive o prazer de conhecer pessoalmente, mas dizem, e eu acredito, que faz milagres e proporciona indescritível alegria.
A flor alucinógena do Vértice, conhecida simplesmente como “A Flor”. Artefato mítico trazido de Buenos Aires, que fica na Argentina, mas cuja origem é absolutamente desconhecida. Os não iniciados o consideram um simples prendedor de cabelo, de madeira. Na verdade, é capaz de transportar-nos a um mundo de vida plena e sabedoria, onde a realidade vil e os discursos emburrecedores são esquecidos.

A coleção de bonecas da Mamãe Oliveira. Admirada por uns, invejada e desejada por muitos, diz a lenda que por vezes essas minhas irmãs criam vida própria, apenas pelo poder que Mamãe Oliveira lhes transfere.
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O vinho branco da Epagri. Bebida sagrada feita de uvas geneticamente modificadas, que só dão um bago por cacho, que por sua vez só podem ser colhidas uma vez por ano e comercializadas por pessoas devidamente autorizadas. A família da Delicada tem acesso exclusivo a este milagre da natureza.
O home theater da casa do pai do Rodrigo. Imagem, som, sensação, é o próprio mundo dos sonhos.

O Tinky Winky. Lendário veículo d'A da Perninha, quase participou da antiga corrida maluca. Sobrevivente aos camponeses com tochas e às estradas do Paraná.
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O palacete dos Botomé. Também considerado uma das maravilhas de Floripa, pela suntuosidade e imponência, por ter sido construído aliando a paciência oriental e o jeitinho brasileiro, e por ser uma reserva ecológica artificial, especialmente da fauna canídea.

O rigatoni ao gorgonzola e o torteloni ao funghi do It's Italian. Os pratos mais pedidos do restaurante mais apreciado pelo Puro Veneno, seu sabor evoca as mais recônditas reminiscências, tal qual o ratatouille do filme.
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A comida da vó d'A da Perninha. Todas as iguarias com as quais a imaginação e a gula humana são capazes de sonhar. Bolos, tortas, pratos quentes e o inolvidável doce de pêra.

O Dramin. Droga que encerra todo o poder da boa e velha indústria farmacêutica. Desloca-nos no tempo e no espaço e resolve todos os nossos problemas.
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O fondue. "A gente tem que marcar um fondue". Esta frase foi repetida durante anos e poucos criam que um dia seria concretizada. Mas concretizou-se, repetiu-se e tornou-se tradição. Normalmente este festival gastronômico de inverno (e outras estações) ocorre no também maravilhoso Palacete dos Botomé.
A Continental nas quintas-feiras. Lugar mais legal, mais perto e mais barato que um universitário tinha pra se divertir alguns anos atrás, desde que chegasse antes das nove da noite nas quintas-feiras. Música, dança, sex on the beach, amizades bem resolvidas. Só nunca conseguimos descobrir quem é esse tal de Renner.
A barraca d'A da Perninha. Casaco/jaqueta/japona, esta vestimenta transformer pode tomar qualquer forma que sua dona quiser, especialmente a de abrigo contra as intempéries.
A nave-mãe da Barbie. Impressionante por sua imponência, este meio de transporte avançadíssimo para a compreensão humana é capaz de cruzar a ilha com a velocidade do pensamento. Algo que só a Barbie universitária poderia proporcionar.

O “Let's play zoo”. Brincadeira de cunho ecológico importada do estrangeiro, desafiava a coordenação motora e mental, além do bom senso. Acontecia a qualquer lugar e a qualquer hora, quanto mais público melhor, pois o objetivo era a conscientização da sociedade de que, no fundo, somos todos animais (A foto ao lado é meramente ilustrativa, pois não há registros do jogo, que sempre iniciava e terminava muito rápido, graças à carência geral de coordenação.)

Os gatos da Doutrinadora. Seres humanos de quatro patas, nerds, preguiçosos, alimentados à base de fandangos, exibicionistas e com perfil no Orkut, são repositórios de grande sabedoria, mas preferem ficar dormindo e fazendo bagunça.

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