Bons ventos nos levaram a sobrevoar aquele pedacinho de terra perdido no mar, primeiro pisada pelos carijós e pelos naufragados de Aleixo Garcia, depois povoada por falantes de um dialeto quase incompreensível, referida já nos relatos dos aventureiros Franklin Cascaes, Robinson Crusoe, Gulliver, John Locke e Lewis Carroll como A Ilha das Maravilhas. Ao redor da lagoa formosa onde a lua se espelhava, nas matas, praias e freguesias, pude divisar algumas das singulares construções que fizeram a sua fama. Infelizmente, só pude apreciar aquelas belezas de cima, porque o atrapalhado do Padre Voador não deu jeito de pousar, e logo um novo ciclone extra-tropical nos sacudiu para outras bandas. Uma coisa eu posso garantir: as Maravilhas são MARA!
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AS MARAVILHAS DE FLORIPA
O Palacete dos Botomé. Pela suntuosidade e imponência, por ter sido construído aliando a paciência oriental e o jeitinho brasileiro ("prefiro não comentar"), e por ser uma reserva ecológica artificial, especialmente da fauna canídea.
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A FAED. Por resistir ao tempo e aos cupins, por desafiar a lei da gravidade (a biblioteca foi removida para o Clube Doze porque tinha risco de desabar) e pela eficaz utilização do panóptico. Também conhecida como O Templo. .
Fórum de São José. Pela sofisticada técnica que permitiu criar labirintos tão complexos (a gente se perde nas escadas), pela inovação ao colocar as tomadas no chão, e pelo design futurista. .
Centro Executivo Casa do Barão. As torres gêmeas de Florianópolis, com vista para o Batalhão do Exército, também conhecido como Jagatá; por preservar a memória do WTC e ter vista para outras maravilhas. .
Centro Executivo Casa do Barão. As torres gêmeas de Florianópolis, com vista para o Batalhão do Exército, também conhecido como Jagatá; por preservar a memória do WTC e ter vista para outras maravilhas. .
Centro de Eventos da UFSC. Também conhecido como Elefante Branco, porque só as grandes obras da humanidade demoram tanto tempo pra ficar prontas (infelizmente foi concluído e, portanto, descaracterizado).
EMAJ (antigas instalações). Pela resistência a ser assimilado pela modernidade (infelizmente a transferência do EMAJ para outro prédio apagou a vivacidade do lugar). .
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. O Itambé. Pelo espaço de sociabilidade e diversidade inigualáveis.
Fórum da Capital. Por ser um eterno memorial à fome de justiça (afinal, tem a forma de uma marmita), e pela sábia utilização do espaço vazio. O paredão da Hercílio Luz. Obra inconfundível que acompanha o traçado natural do antigo Rio da Bulha (hoje conhecido como esgoto), e pela homenagem às mulheres (todos os prédios têm nome de mulher; dizem que eram as amantes do engenheiro). .
Memorial do Miramar. A cidade não tem ruínas da antigüidade, mas tem as suas colunas inacabadas do mesmo jeito; tão integradas à vida da cidade que ninguém as vê.
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